Protestos x reclamações x vandalismo x respeito-zero


 
Detrás de algumas décadas adormecido, o Brasil foi para as ruas. Sem muita coordenação, sem liderança e sem reivindicações claras, os brasileiros aos milhares tomaram as ruas das grandes cidades para protestar. O estopim foi o aumento do preço das tarifas dos ônibus.

Antes de discutirmos os motivos que têm levado a população às ruas em vários estados do país, é preciso entender o que é um protesto. A Constituição Federal cita que “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente” (artigo 5º, inciso XVI).

O Brasil apresentou uma verdadeira lição de democracia e liberdade de expressão para os quatro cantos do mundo. Uma enorme quantidade de pessoas por todo país, foram às ruas demonstrando cada uma de sua forma os seus sentimentos pelo momento político em que passa a nossa sociedade, seja relacionado à falta de segurança, ou contra a corrupção sem punição, dentre outras reinvindicações. A maioria fez o seu protesto de forma pacífica e ordeira.

Esse tipo de comportamento é considerado louvável e necessário dentro de qualquer sociedade inteligente, que cobra de suas autoridades os benefícios e atitudes que devem ter como líderes políticos, mas infelizmente pessoas de pensamentos e atitudes reprováveis dentro de uma sociedade, motivadas pelo senso de ignorância e destruição e que não possuem objetivo de crescimento nem de qualidade alguma, usa de mau-caratismo para praticar ações de vandalismo, destruindo prédios públicos, depredando ônibus e causando os mais diversos prejuízos.

O vandalismo é uma atitude reprovável e grotesca de pessoas miúdas, de pensamentos retrógrados e que devem ser punidas de forma enérgica pelas autoridades competentes. E para piorar a situação, uma ação violenta e generalizada da polícia leva à desorganização do ato e correria para todos os lados, que abrem margem para a radicalização da violência da PM e de uma minoria que quer causar confusão. A partir daí, o caos se estabelece. Os meios de comunicação da burguesia noticiam o caos. O protesto é retratado como momentos especificamente de conflito entre manifestantes e policiais.

Assim, uma manifestação com uma pauta concreta e um sujeito político se transforma em caos, retratado como atos isolados de uma minoria e a reação violenta da polícia contra o conjunto. Uma parte do fato se transforma no todo. Apesar de todo avanço tecnológico e da utilização das redes sociais para realização de inúmeros protestos, não esperávamos que os protestos acontecessem apenas através das redes. Contudo, ir às ruas com placas, faixas e rostos pintados, é protestar. Depredar ônibus, quebrar vitrines, atirar pedras e bombas, é vandalismo. Da mesma forma, se o protesto é realizado de forma pacífica, cabe a polícia acompanhar as manifestações, sem interferir de forma violenta, colocando em risco a vida de inúmeras pessoas.

Ninguém sabe o que vai acontecer, nem por quanto tempo os protestos continuarão tomando as ruas. A única certeza é que, por enquanto, o movimento não tem uma bandeira definida, nem um grito único. Também não tem lideranças confiáveis, capazes de acertar seja lá o que for, com quem quer que seja. Políticos, celebridades, gente importante foram às ruas se juntar ao povo nessa causa nobre, agora resta saber… será que tudo isso vai valer a pena? Será que teremos um final feliz?

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