TOMORROWLAND BRASIL... UM SONHO REALIZADO

Tomorrowland... a terra do amanhã é no Brasil

Com um milhão e duzentos mil metros quadrados disponíveis, o parque fazenda Maeda localizado em ITU-São Paulo, foi palco do maior festival de música eletrônica do planeta. Um festival que começou a 10 anos atrás ( 2005 ), idealizado por dois irmãos belgas e realizado desde então todos os anos na cidade de Boom, Bélgica. 

Muita gente (muita mesmo) criticou o evento antes dele acontecer. Primeiro porque aconteceria numa cidade vizinha a São Paulo, no meio do nada, diferente de eventos de grande porte como o Rock in Rio e Lollapalooza. Segundo porque criticavam o pagamento de valores altos de entrada e de consumo para um evento de música eletrônica. Todos nós brasileiros (me incluo tb) temos um péssimo hábito de malhar qualquer evento gringo que tenha uma edição nacional... até concordo em parte quando o assunto é estrutura e sinalização, que precisam melhorar bastante, mas não entendo de quem reclama do “tipo de gente” que vai pros festivais: se é cool, righpunk é forcação de barra; se é desleixado é "manézão", ném, ... se está muito arrumado, perguntam se a criatura foi pro SPFW ao invés do TL... o que o povo não entende é que o formato do festival pode ser exatamente igual ao original da Bélgica, mas ele nunca vai incorporar os mesmos aspectos, por um motivo bem simples: a nossa cultura é completamente diferente, por mais que a gente consuma os mesmos artistas e tipos de entretenimento. Nossa forma de reagir à música, a fantasia, aos espaços de diversão, são completamente diferentes e é exatamente isso que enriquece a experiência.

Vi com meus próprios olhos os 3 dias de Tomorrowland Brasil. Andei muito, ouvi sintetizadores, batidas, músicas conhecidas. Vi gente de todo tipo e nacionalidade que nem parecia se importar com o fato de não ter vindo do mesmo lugar, de tão plural que as pessoas pareciam. Eis um ponto de divergência do Tomorrowland pra outros festivais: as pessoas eram completamente diferentes umas das outras e ainda assim se divertiam como um todo. A produção dos palcos, das personagens, dos espaços e das surpresas era incrível, uma das coisas mais bonitas que eu já vi em toda minha vida. Algumas músicas foram mais tocadas que outras e pude rever alguns dos maiores DJs do mundo bem na minha frente. Também pude reparar em como a galera não ligava pro modo como você dançava, pulava, se vestia, se divertia... todos ali estavam com a intenção de curtir os artistas, desde os nacionais a grandes nomes do eletrônico internacional.

 O que ninguém conta sobre o Tomorrowland Brasil é que a produção acertou em cheio em quase tudo... a história contada, os artistas, os shows, o espaço: tudo cooperou para que você se sentisse realmente na terra do amanhã, onde o que é surreal pode acontecer bem do seu lado. 

O interessante é que pareço ter vivido um mundo à parte durante 3 dias. Voltar pra vida real é bem estranho depois de tudo aquilo. A Terra do Amanhã celebra coisas que nunca vão acontecer, embora tenham acontecido, nós fazemos nossa história, escrevemos no livro da vida um novo capítulo da nossa história, de um mundo que está bem na nossa frente, mas  que continua sendo inatingível.

É por isso que deixei a realidade pra fora do portão e mergulhei nessa experiência como se fosse acontecer apenas uma vez em minha vida.