O ego negativo x poder do Amor



Aqui vai um texto sobre assuntos da natureza humana, como o erro, o ego negativo, o perdão e o amor...


"... em nossa cultura, o erro está relacionado à inferioridade; pessoas acreditam que admitir o erro é se humilhar."

“...falta fé, faltam laços fortes, falta compaixão, falta doação, falta verdade, falta condescendência, falta um pouco daquela humanidade bonita de saber enxergar e aceitar nós mesmos”.

Há momentos em que acontecem mudanças e naturalmente algumas pessoas que fizeram parte de um trecho em nossa história, depois de alguns acontecimentos, ficarão um pouco mais distantes e outras pessoas irão se aproximar. Isso ocorre porque deixamos ou criamos afinidades, interesses e ritmos de vida diferentes, algo mudou e isso não significa ser ruim. O fundamental é haver o respeito, em que um possa entender que nem sempre o outro precisa compartilhar das mesmas idéias, escolhas ou sentimentos. É preciso respeitar e preservar a própria individualidade.

Algumas pessoas costumam ajudar os outros, como é o meu caso. Me sinto bem dessa forma, creio que isso pode ser muito saudável, além de ser algo muito louvável e importante para a sociedade. Fazer o bem traz satisfação pessoal, mas é importante o equilíbrio. Existe uma enorme diferença entre ajudar e “salvar” o outro. Cada um tem a sua própria história, em que existem sofrimentos e superações. Não é saudável a tentativa de assumir todas as dores dos outros, esquecendo-se de si mesmo. Errar é inevitável e todos nós podemos cometer algum engano em algum momento da vida. Admitir nossos erros e limitações nos ajudam a nos respeitar e nos aceitar como seres humanos em um constante aprendizado.







Infelizmente, pessoas ainda pecam em sustentar um ego negativo. Por que há sempre os que terão razão absoluta? Por que é tão difícil admitir nossos erros? Tenho por mim que por admitir um erro incomodamos o ego negativo que sempre quer estar no controle e no poder, que admitir o erro está associado à fraqueza ou ignorância, mas pelo contrário, ter a atitude de aceitar que falhamos, mostra que somos fortes e ao mesmo tempo humildes. Ser humilde não é humilhar-se, é compreender que somos imperfeitos e aceitar nossa própria natureza, com tolerância e bondade. Não é ser conivente com nossos erros, mas aprender com eles, com paciência e caridade.

Quem não admite seus erros, alimenta cada vez mais o ego negativo que fica sempre na defensiva, sem querer aceitar que falhou. Torna-se agressivo e sempre coloca a culpa nos outros, na vida, nos acontecimentos e como não tolera os próprios erros, não tolera também os erros dos outros e está constantemente cobrando e reclamando. Torna-se rígido, autoritário, inflexível, difícil de se conviver, pois não aceita nem os pequenos erros das outras pessoas. Não consegue assumir as próprias falhas, mas quer que os outros admitam as suas e se desculpem. E se alguém discordar de seus pontos de vista, logo considera que o outro é ignorante ou incompetente, falando de maneira agressiva, humilhando e criticando.

Mas isso pode ser mudado. A maneira de abandonar essas carências e baixa autoestima é aceitar-se emocionalmente, que errar é humano e natural.



Convivi com meu pai e ele foi exatamente assim, por toda a sua vida até o dia de sua morte. E como ele, outras pessoas em minha família e alguns amigos também com o mesmo perfil. No meu caso, a espiritualidade me ajudou. Ela me conserta, me coloca em busca de maiores esclarecimentos e aperfeiçoamento de meu espirito, mente e corpo. É importante sair da zona de conforto, mudarmos, reconhecermos nossos erros, para termos mais espontaneidade e alegria. Agir sem agressividade e saber lidar com as próprias falhas é saber lidar e suportar as próprias emoções. É superar o medo de se expor, superar a vergonha, a timidez, é saber aceitar as criticas. Muitas vezes, somos iludidos por crenças que nos foram impostas pela família, pela religião, pela educação e sociedade. Nós nos apegamos a essas convicções que achamos serem verdadeiras, porque é confortável para nós ter a mesma opinião, nos sentir seguros perante os outros e estar inseridos em um determinado grupo. Mas, é importante se libertar desses conceitos e crenças que nos foram impostas e nos tornar um pesquisador de nossos próprios caminhos, buscar o auto-conhecimento e auto-apreciação. As pessoas mais próximas a nós, como nossos pais, familiares e amigos são as que têm menos poder de nos fazer ver nossas falhas e de mudar nossa opinião. Somos resistentes, não queremos ouvir seus conselhos, é mais fácil aceitar a opinião de um estranho.



Dalai Lama citou em um de seus livros: “Produtos de um mundo imperfeito, todos nós somos imperfeitos. Cada um de nós fez algo de errado. Há coisas que lamentamos – coisas que fizemos ou que deveríamos ter feito. Reconhecer nossos erros com um verdadeiro sentimento de remorso pode servir para nos manter na linha na vida e pode nos estimular a corrigir nossos erros quando possível e dar os passos necessários para agir corretamente no futuro. Porém, se permitirmos que nosso remorso degenere, transformando-se em culpa excessiva, se nos agarrarmos à lembrança de nossas transgressões passadas com uma contínua atitude de censura e ódio a nós mesmos, isso não leva a nenhum objetivo, a não ser o de representar uma fonte implacável de autopunição e de sofrimento induzido por nós mesmos.”
A falha de caráter está na educação social e emocional das pessoas. É como se a musica não pudesse parar, a vida há de continuar nessa baladinha de sexo drogas e rock and roll. Precisamos quebrar esses padrões impostos pela sociedade, caso contrario sofreremos os revezes de uma sub cultura dominadora a procura de poder. Não quero ser cúmplice dessa idiotice alheia a mim. O verdadeiro amor por nós mesmos está cada vez mais difícil de ser encontrado, vem sendo confundido com esses instintos de defesa animalescos como mostram os fatos diários. O amor próprio só faz bem e impede que façamos ao outro o que não gostaríamos que fizessem a nós. Se conseguíssemos pensar assim, muita coisa insalubre deixaria de acontecer. Por amor próprio não se mata, não se destrói, não se trai, ama-se cada vez mais a vida dentro e fora de nós.



Em vez de nos concentrar nos erros, é melhor concentrar nossa atenção em ajudar as outras pessoas da melhor maneira possível, criando assim um ego positivo e uma mente amiga. O amor e o perdão salvam vidas. Seja qual for o seu passado, nunca é tarde para recomeçar uma nova vida, por isso, vamos ser corretos, vamos amar, vamos unir, vamos perdoar.

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