Patriotismo...
afinal o que significa isso? Será, de uma forma poética, sentir amor à sua
pátria como se ama um ente querido? é dar a vida ao seu país como se daria a vida
por alguém que se ama?
Não deveríamos antes de definir ou de medir o grau de patriotismo de
um cidadão, conferir se todos – absolutamente TODOS que habitam estas terras
brasileiras estão inseridos em um contexto onde há lealdade, justiça, trabalho, respeito, direitos iguais e oportunidades?
Somos patriotas apenas na época de Copa do Mundo, aí sim, temos orgulho
em vestir a camisa do Brasil, em usar bandeira nos carros, as cores do país nas
roupas, ruas e em todo lugar e esse orgulho se limita a quando o Brasil ganha,
apenas, porque quando não ganha, xingamos muito, falamos mal para todos os
lados e logo arrancamos camisas, bandeiras e adereços. Acho que seria ótimo para esta pátria a questão do civismo, do
patriotismo e da civilidade, se sofressemos uma grande transformação, em toda
nossa sociedade, que as “trombetas” do bem-estar comum soassem bem, bem altas, reunindo
a todos, convocando governantes, pobres e ricos, homens e mulheres de todas as
faixas etárias, brasileiros ou não, mas que vivem e amam esta terra. Se todos os
brasileiros que aqui vivem, tomassem uma ação para o bem-estar comum, sentiriam
talvez brotar seu patriotismo se elevando à grandeza deste país e seu civismo
apareceria todo santo dia, não somente nos dias da independência ou a
proclamação da república e outras datas e desfiles.
Mas
a verdade é que os brasileiros não são patriotas, somos patriotas pelos outros,
puxa saco dos outros. Se analisarmos porque o patriotismo é primordial para o
sustento do sistema capitalista de alguns países, como por exemplo, os Estados
Unidos, entenderíamos muita coisa. Lá, ser patriota significa acreditar que a
sua nação é a melhor do mundo, lá encontramos as pessoas mais capazes, mais fortes,
mais inteligentes... ou seja, que todas as coisas produzidas e criadas lá são
as melhores do mundo. Então pergunto: se você tivesse que comprar uma televisão
e se deparasse com duas marcas: AOC e Sony, qual escolheria e por quê? Tenho certeza
que prefere a Sony, por mais que a gente diga que a Sony é uma marca melhor
que a AOC, a verdade é que o patriotismo dos outros é tão forte e maior que o nosso que vai além das
fronteiras, e já está enraizado em nós, fazendo a gente preferir um produto
de lá ao nosso.
Já disse o papa Francisco ( figura ilustre a qual tenho grande respeito e admiração )
disse outro dia em rede mundial de televisão, que “não devemos murmurar dos
outros pelas costas, mas digamos-lhes abertamente o que pensamos” ... vou te
dizer o que penso, hoje: que certamente, eu não arriscaria minha vida pela
pátria brasileira, não sou patriota. Acho que deveria haver o contrário, a
pátria que deveria correr o risco de perder a sua vida por mim, pela sociedade.
Talvez, se eu sentisse que o Brasil estivesse disposto a morrer por mim, eu
pudesse, talvez, pensar na ideia de morrer por ele.
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